terça-feira, 5 de novembro de 2013

Casamento Érika e Claudemir

Tive o prazer de conhecer esse querido casal uns seis meses antes do casamento, quando eles me procuraram para ajudá-los com alguns detalhes e também para a assessoria no grande dia. Mas a história deles é tão linda e singular, como o próprio noivo diz...hehehe....que pedi para ele escrever com mais detalhes como foi o início desse romance...então aqui esta, palavras de Claudemir Belotto:

"Bom, tenho que confessar que realmente a nossa história é muito singular, pra começar, duas pessoas totalmente diferentes.
Formei-me em Educação Física e ela em Administração. Gosto de trabalhar ao ar livre, ela, porém, trabalha em um escritório. Gosto de fazer caminhadas, escalar montanhas e acompanhar tendências de tecnologia; ela, de ir ao shopping e visitar quantas lojas puder para acompanhar as últimas tendências em bolsas e sapatos; gosto de comer por último doce e ela salgado. Realmente depois que começamos a namorar não tive mais dúvida de que os opostos se atraem. Porém, além das diferenças de gostos e cidades, somos de diferentes mundos: sou ouvinte, convivo com o barulho e com os sons, me comunicando como a grande maioria das pessoas, de forma oral. Já minha noiva é surda, vive no mundo do silêncio e se comunica principalmente com as mãos. Como pessoas tão diferentes foram se encontrar, se apaixonar e agora estão se preparando para casar? É o que vamos tentar contar para vocês.

Meu primeiro contato com um surdo que exigiu de mim mais do que um simples “oi” na conversação foi quando estava me formando em 2008, no estágio em uma escola perto de Curitiba/PR. Não sabia a Língua daquele aluno para quem eu estava aplicando a aula, não tinha intérprete na sala e isso me deixou muito incomodado.

Voltei para a Faculdade onde estudava em Hortolândia/SP, disposto a aprender LIBRAS para não mais passar por aquela situação, para fazer algo por esses alunos. Comecei a frequentar um grupo de surdos que se reuniam todo sábado.

Foi uma época de grandes descobertas. Percebi que estava entrando definitivamente em um mundo diferente, com pessoas diferentes que tem a sua própria língua e cultura. O apoio e a recepção que tive dos surdos me deixavam cada vez mais admirado e apaixonado por aquele grupo.

Porém não imaginava que, numa daquelas reuniões, eu ficaria muito mais admirado e apaixonado do que qualquer dia até então. Foi quando ELA se levantou e foi à frente contar de seu testemunho. Nunca fiquei tanto tempo sem piscar os olhos. Meu queixo caído deixava claro que a situação não era muito normal. O movimento de suas mãos era tão rápido que não conseguia acompanhar. Era muito diferente o seu jeito, sua forma de se expressar, não queria perder nem um segundo, olhava fixamente. Foi quando de repente nossos olhares se cruzaram e meu coração acelerou. Não sabia, mas ela havia sentido o mesmo.
Ela voltou visitar o grupo algumas semanas depois, conversávamos algum tempo no intervalo mas o tempo passava rápido demais. Começamos a conversar pelo Orkut, MSN e mensagens de celular, dessa forma a amizade foi crescendo.
Sempre confiei muito minhas decisões a Deus primeiro, e agora estava a pedir para que se fosse ela a mulher para mim, Ele me mostrasse. Cada vez que nos encontrávamos, sentia algo diferente, mas não conseguia explicar o que era. Passaram-se quase sete meses desde que nos vimos à primeira vez.
Foi quando a melhor amiga dela resolveu entrar na história para ajudar. Decidi então fazer uma surpresa para ela. Planejei todo o momento e os detalhes, para que desse tudo certo. Não aconteceu como o planejado, mas foi nesse final de semana que conheci a família da Érika. Quando percebi a oportunidade, chamei seus pais para conversar. Falei o que tinha acontecido nos últimos sete meses, e do que estava sentindo pela filha deles. Era uma decisão que precisava ser pensada com carinho por mim, por isso a aparente demora. Eles então me falaram que já me aguardavam há algum tempo, pois sempre que ela chagava em casa contava sobre mim, sobre o que tinha acontecido. Seus pais então sempre perguntavam se havíamos começado o namoro e ela respondia que ainda não. Olhei para ela e estava vermelha como um tomate.
Após vários risos e o consentimento da família sobre nosso namoro, fomos a um bonito parque da cidade, nos sentamos para então eu formalizar a situação com ela. Pedi para fechar os olhos. Então sinalizei em LIBRAS com minhas mãos segurando as mãos dela a seguinte frase: “ÉRIKA, VOCÊ ACEITA NOMORAR COMIGO???”. Foi em meio à natureza exuberante, no momento do pôr-do-sol, que recebi aquele “SIM” que mudaria nossas vidas.
 Foi depois que começamos a namorar que descobri que todos nós somos diferentes, e é essa diferença que nos completa e nos faz seres únicos no mundo. Estamos namorando há quatro anos e hoje sou intérprete de LIBRAS."

Não preciso falar mais nada neh??!!hehe
Linda história..... muitas felicidades sempre para vocês meus eternos noivinhos!!!
Fotos by Jeff e Gal Fotografia.
















Cerimonial: Lu Novaes 
Fotografia: Jeff e Gal Fotografia

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